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Asma

Doença crônica inflamatória das vias aéreas que causa episódios de falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito, mas que pode ser controlada com o uso adequado de medicamentos e a evitação de gatilhos.

 

O que é Asma?

A asma é uma doença crônica que afeta as vias respiratórias, causando inflamação e estreitamento dos brônquios, o que dificulta a passagem do ar. Os sintomas mais comuns da asma incluem falta de ar, tosse, chiado no peito e aperto no peito. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas.

A asma não tem cura, mas que pode ser controlada com a medicação adequada e a evitação dos desencadeadores dos sintomas. Os medicamentos para asma podem ser divididos em dois tipos principais: os de controle e os de alívio rápido. Os medicamentos de controle são usados diariamente para reduzir a inflamação e prevenir os sintomas, enquanto os medicamentos de alívio rápido são usados para tratar os sintomas quando eles ocorrem.

O diagnóstico da asma é principalmente clínico, obtido após consulta e avaliação pelo médico, mas também é confirmado pelo exame físico e pelos exames de função pulmonar (espirometria). Sempre que possível, o médico solicitará a prova de função pulmonar para confirmar o diagnóstico e classificar a gravidade de cada caso. Em crianças de até os cinco anos, o diagnóstico é somente clínico, tendo em vista a dificuldade de realizar outros exames funcionais e complementares.

Na consulta, o médico vai perguntar, entre outras coisas, se a pessoa tem ou teve episódios recorrentes de falta de ar e chiado no peito; se já usou broncodilatador oral ou inalatório para aliviar os sintomas; se há episódios de tosse persistente, principalmente à noite e no início da manhã; se acorda com frequência à noite por causa de falta de ar ou acessos de tosse; se nota algum dos sintomas após exposição a mofo, poeira, animais, fumaça de cigarro, perfumes ou após resfriados, riso e choro; e se alguém da família tem ou teve asma, alergias ou outros problemas respiratórios.

O pulmão de uma pessoa asmática é mais sensível, o que faz com que fatores externos, como a poeira, causem falta de ar, o que normalmente não aconteceria em alguém que não tem a doença.

A asma é uma condição que pode variar em gravidade e é geralmente classificada em quatro categorias:

  1. Asma Intermitente: Neste estágio mais brando, os sintomas da asma aparecem duas vezes por semana ou menos e não causam interrupções do sono mais do que duas vezes por semana. O uso de medicamento de alívio, como um agonista beta-2 adrenérgico, é necessário duas vezes por semana ou menos. Não há limitação nas atividades diárias e as crises de asma ocorrem no máximo uma vez por ano. A função pulmonar, medida através do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) ou do pico de fluxo expiratório (PFE), está normal ou quase normal, sendo igual ou maior que 80% do valor previsto, com variações menores que 20%.

  2. Asma Persistente Leve: Aqui, os sintomas ocorrem mais de duas vezes por semana, mas não todos os dias. Podem causar despertares noturnos entre 3 a 4 vezes por mês. O medicamento de alívio é necessário menos de duas vezes por semana. As atividades diárias podem ser limitadas durante as crises, que podem ocorrer duas vezes ou mais por ano. A função pulmonar permanece igual ou maior que 80% do valor previsto, porém a variação entre as medidas pode estar entre 20% e 30%.

  3. Asma Persistente Moderada: Neste estágio, os sintomas são diários. Despertares noturnos ocorrem mais de uma vez por semana. O medicamento de alívio é usado diariamente. As atividades diárias podem ser limitadas durante as crises, que ocorrem duas vezes ou mais por ano. A função pulmonar cai para entre 60% e 80% do valor previsto, e a variação entre as medidas é maior que 30%.

  4. Asma Persistente Grave: Neste estágio mais grave, os sintomas são contínuos ao longo do dia, causando despertares noturnos quase todos os dias. O medicamento de alívio é necessário diariamente. As atividades diárias são continuamente limitadas. As crises de asma ocorrem duas vezes ou mais por ano. A função pulmonar é igual ou menor que 60% do valor previsto, com variações superiores a 30%.

Lembrando que a gravidade da asma pode mudar com o tempo, por isso é importante revisar periodicamente o plano de tratamento com o médico.



O objetivo do tratamento da asma é melhorar a qualidade de vida da pessoa, por meio do controle dos sintomas e pela melhora da função pulmonar. O tratamento medicamentoso é realizado junto com medidas educativas e de controle dos fatores que podem provocar a crise asmática.

A definição do tratamento é feita a partir dos sintomas, do histórico clínico e da avaliação funcional conforme cada caso. São utilizados medicamentos para alívio rápido dos sintomas e para manutenção do controle da crise. A base do tratamento da asma persistente é o uso continuado de medicamentos com ação anti-inflamatória, também chamados controladores, sendo os corticosteroides inalatórios (bombinha) os principais. Pode-se associar também medicamentos de alívio, com efeito broncodilatador.

Em todos os casos, é preciso reduzir a exposição aos fatores desencadeantes/agravantes da asma. A cada consulta, o paciente deve receber orientações para o autocuidado –  identificação precoce dos sintomas, como proceder em caso de crise, controle e monitoramento da asma -, e ser agendado para reconsulta conforme a gravidade apresentada.

O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece tratamento gratuito desde 2011 aos asmáticos por meio do Programa Farmácia Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol podem ser obtidos, gratuitamente, com a apresentação do CPF e da receita médica.

Tratamento não medicamentoso

A educação do paciente é parte fundamental da terapêutica da asma e deve integrar todas as fases do atendimento ambulatorial e hospitalar. Deve-se levar em conta aspectos culturais e abranger aspectos de conhecimento da doença, incluindo medidas para redução da exposição aos fatores desencadeantes e adoção de plano de autocuidado baseado na identificação precoce dos sintomas. A cada consulta, o paciente recebe orientações de autocuidado, plano escrito para exacerbações e reagendamento para nova consulta conforme a gravidade apresentada.

Tratamento medicamentoso

A base do tratamento da asma persistente é o uso de anti-inflamatório, sendo corticosteroides inalatórios os principais deles, associados a medicamentos de alívio com efeito broncodilatador. O ajuste da terapêutica visa o uso das menores doses necessárias para a obtenção do controle da doença, com isso reduzindo o potencial de efeitos adversos e os custos. 

A asma é uma inflamação dos brônquios sem uma causa aparente, mas é possível controlar as crises e até prevenir que elas aconteçam com algumas medidas simples.

  • Mantenha o ambiente limpo.

  • Evite acúmulo de sujeira ou poeira.

  • Tome sol. A vitamina D está relacionada a uma série de doenças do aparelho imunológico, como a asma.

  • Evite cheiros fortes.

  • Tome a vacina da gripe.

  • Não fume.

  • Se agasalhe, principalmente na época de frio.

  • Pratique atividades físicas regularmente.

  • Tenha alimentação saudável.

  • Beba bastante líquido (água).

  • Mantenha o peso ideal.

Perguntas Frequentes

Sim, a asma é fatal em casos extremos. Quando a crise está muito intensa e não é feito o tratamento correto, a asma pode levar à morte. Se a pessoa tiver alguma outra complicação clínica (problema de saúde), o corpo pode ficar ainda mais debilitado. No surgimento dos primeiros sintomas, procure um médico imediatamente.

 
  • Tosse seca;
  • Chiado no peito;
  • Dificuldade para respirar;
  • Respiração rápida e curta;
  • Desconforto torácico;
  • Ansiedade.

A asma pode desencadear uma série de processos que podem resultar em complicações, algumas graves. As principais complicações da asma são:

  • Capacidade reduzida de se exercitar ou fazer outras atividades;
  • Insônia;
  • Alterações permanentes no funcionamento dos pulmões;
  • Tosse persistente;
  • Dificuldade para respirar, a tal ponto que precise de ajuda (ventilação);
  • Hospitalização e internação por ataques severos de asma;
  • Complicações emocionais;
  • Efeitos colaterais de medicações usadas para controlar a asma.

Os fatores de risco podem ser divididos em ambientais e próprios do paciente, como é o caso dos aspectos genéticos, obesidade e sexo masculino (durante a infância). Os fatores ambientais são representados pela exposição à poeira, infecções virais, alérgenos como ácaros, pólen, pelo de animais, fumaça de cigarro, irritantes químicos e poluição ambiental, mudanças climáticas, exercícios físicos vigorosos, estresse emocional e até mesmo alguns tipos de medicamentos. Quando não houver como evitar a exposição, o paciente pode seguir alguns cuidados, como:

  • Evitar atividades físicas ao ar livre, especialmente em dias frios;
  • Evitar baixa umidade ou exposição em dias com muita poluição;
  • Não fumar e evitar ambientes fechados com pessoas fumando.

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